domingo, 30 de maio de 2010

PLATÔNICOS




Platônicos é o primeiro livro que lanço via site Clube dos Autores.


Abaixo o link onde é possível comprá-lo.


E um trecho do livro, como petisco:



...Fiquei parado, lendo os jornais na banca de revistas. Do outro lado da rua ficava a entrada do prédio onde Gérson morava. Do nada, lembrei de Amanda; fiquei excitado. Ela tinha o corpo perfeito; e era linda; e era legal.
Que merda, estava começando a me apaixonar.
Gérson surgiu na esquina; andava despreocupado; entrou no prédio. Esperei mais uns quinze minutos, comprei um jornal de esportes e fui até a esquina da outra rua, onde havia deixado o carro que havia alugado duas horas antes. Um honda civic preto, quatro portas.
Dei a volta no quarteirão e embiquei na entrada da garagem do prédio. Entre a entrada da garagem e a guarita do porteiro havia um jardim e a entrada de pedestres. Dei um farol alto e imediatamente o portão começou a se abrir. Se eu estivesse num fusca minha entrada não seria tão facilitada.
Estacionei perto do elevador. Fui direto para o quinto andar; não havia câmeras em parte alguma. O lugar era uma espelunca. O fato de ter porteiro já era um luxo.
Quinto andar, apartamento 53. Coisa simples, sem complicação. Apertei a campainha; ouvi passos vindo em direção à porta. Depois a porta foi destrancada, a maçaneta girou, a porta começou a se abrir e parou. Só o silêncio reinou; nem sinal de vida. A porta entreaberta. Não entendi.
Saquei a Glock. Empurrei a porta com o pé; não havia ninguém. Não estava cheirando bem, em todos os sentidos. Fui entrando devagar, com a arma engatilhada, tenso e com uma sensação ruim.
Havia comida espalhada por todo lado, muita sujeira e o cheiro de azedume no ar.
Fui dando passos curtos, olhando para os lados, estranhando o silêncio e me perguntando onde estaria Gérson.
Cheguei até a sacada, olhei para a rua, pouco movimento nas ruas. De repente, ouvi a voz atrás de mim:
“Filho da puta!”.
Era Gérson, me apontando uma .40. Me joguei pro lado, ele atirou. Senti um soco no braço esquerdo. Ele deu as costas e correu na direção da porta.
Ainda caído, atirei.
Acertei sua perna; ele caiu. Levantei, fui em sua direção. Ele se virou, já apontando a arma; fui mais rápido e acertei seu braço. A pistola .40 de Gérson foi jogada para longe.
“Você devia atirar primeiro e falar depois” eu falei. “Essa mania que as pessoas têm de querer fazer como nos filmes americanos”.
“Filho da puta!” ele gritou.
Apontei a Glock para sua cabeça.
“Já não basta ter me deixado na merda? Ter me fodido como ele me fodeu? Ele quer a minha vida também?”.
“Não sei de quem você está falando”.
“Claro que sabe. Foi você, não foi?”.
“Eu o que?”.
“Que matou a Dinorá”.
“Sim”.
“Por que ele está fazendo isso com a gente? Somos apenas uns fodidos”.
“De quem você está falando?”.
“Fala pro Pena de Ouro que mais cedo ou mais tarde, a conta sempre acaba chegando”.
“Quem é esse Pena de Ouro?”.
“Vá se foder!” ele gritou.
Dei um tiro na sua testa, entre os olhos. Sabia que ele não diria mais nada.
Meu braço esquerdo queimava. O tiro que ele me acertou fora de raspão.
Peguei a arma do Gérson e coloquei na cintura. Fui até o banheiro e fiz um curativo. Saí do apartamento e não vi ninguém no corredor. Peguei o carro que aluguei e saí do prédio. Até chegar na concessionária onde havia alugado o carro eu só pensava no tal Pena de Ouro.
No caminho de volta para o meu apartamento, eu só pensava em Amanda.
Fiquei excitado...